segunda-feira, 30 de maio de 2011

OS AVANÇOS DA TECNOLOGIA EO MERCADO DE TRABALHO



Quando começaram os avanços na área de tecnologia da informação e de automação de processos, muitos “arautos da destruição” ergueram suas vozes para alardear que a criação de uma tecnologia capaz de substituir o trabalho braçal humano causaria um caos inimaginável em relação a empregabilidade. Certos que o avanço da automação e das tecnologias ligadas à produção colocariam milhões na “rua da amargura”, sindicalistas e pessoas ligadas a setores do governo promoveram grandes “guerras santas” contra o que chamavam de “domínio das máquinas”.
No entanto, conforme a tecnologia avançava e as pessoas se acostumavam a seus benefícios, ficou muito claro que os avanços proporcionados pela tecnologia de automação de processos e dos computadores trouxe muito mais benefícios do que malefícios aos seres humanos.
Num primeiro momento, foi mesmo uma realidade o fim de postos de trabalho devido ao impacto da tecnologia. Contudo, com a extrema capacidade de adaptação do ser humano e a crescente necessidade de mão-de-obra especializada para lidar com as criações advindas da nova tecnologia utilizada nos processos industriais. Desta forma, novas profissões surgiram para tomar o lugar das profissões que foram condenadas à morte pela tecnologia.
Uma gama toda nova de profissionais foi necessária e tornou-se imperiosa para que a nova tecnologia pudesse prosperar e ser utilizada com eficiência e segurança. Por isso mesmo, o impacto inicial na empregabilidade foi diluído ao longo do tempo com a substituição de profissionais braçais por profissionais que trabalhavam com as mãos e com os cérebros. Desta forma, mais bem pagos e menos sacrificados, esses profissionais realizaram suas tarefas graças ao principal e mais importante ganho que a utilização da nova tecnologia permitiu: Uma melhor qualidade de vida.
Trabalhando muitas vezes até mais horas do que antes; contudo sm o mesmo desgaste físico, o ser humano pode dedicar-se a tarefas eu antes eram proibitivas. E, com o passar dos tempos, a aceleração do avanço da tecnologia em todas as áreas do conhecimento humano, proporcionou a criação de oportunidades quase ilimitadas de criação de novas profissões que há apenas alguns anos seriam impensavelmente absurdas.
O avanço da tecnologia revolucionou de forma drástica e definitiva a forma como o ser humano encarava a sua vida e a sua relação com o mundo que em que vivia. Reduzindo-se a necessidade do trabalho braçal e degradante, o uso de tecnologia na substituição desses tipos de trabalhos resultou num avanço espetacular em matéria de longevidade para o homem deste século.
Contudo, como tudo o mais que o homem cria, a tecnologia também tem o seu lado perverso e negro. Hoje em dia, graças aos mesmos avanços que criaram benefícios e oportunidades inimagináveis, fez com que as pessoas também pudessem ser prejudicadas muito mais facilmente. Nosso avanço tecnológico tornou nossa sociedade escrava dos computadores e é, hoje, impensável gerir qualquer empresa ou uma pessoa levar uma vida normal sem que seja preciso dominar ou entender do funcionamento das parafernálias que a tecnologia criou e colocou em nossos lares.

MERCADO DE TRABALHO NA ERA DA INFORMÁTICA

O século XX foi palco de inúmeras mudanças econômicas, sociais e tecnológicas no mundo inteiro. Diversos paradigmas atuaram e ainda continuam em pleno processo de transformação.

Neste sentido se defende a releitura do direito do trabalho. Questões fundamentais devem ser revistas como níveis de ocupação, qualificação da força de trabalho, conhecimentos adquiridos, locais e formas de construção das experiências sociais e da identidade das pessoas, dos grupos e das classes e a vitimização nas relações de trabalho.

Evidencia-se que a chamada “crise do desemprego” reflete a própria “crise da economia global”. Mas não se trata de uma “crise” no sentido negativo, mas instigadora de reformas, de reestruturação, de repensar as relações do trabalho, de visualizar o direito do trabalho sob o foque da informatização.

A informatização, hoje, é questão fundamental que perpassa todas as áreas do conhecimento e aos seus representantes. Com a introdução das novas tecnologias e a valorização da informação como bem econômico, o mercado profissional na área de informática está cada vez mais aberto às diversas áreas profissionais.

Esses fatos apresentam novos desafios, também no campo de atividades profissionais. O crescimento do mercado informacional é um fenômeno global. A demanda crescente e variada por informações está ocorrendo na sociedade como um todo. O setor de informação parece não ser mais um reduto acadêmico.

Nos tempos de hoje, o mercado de trabalho é composto, na sua grande maioria, por profissionais de nível médio e com características qualificadoras diferentes das descritas pelos teóricos das emergentes sociedades informatizadas. Certamente a Internet vem crescendo, mas sua representatividade dentro do mercado focalizado ainda é pequena.

Atingindo os patamares já conhecidos, espera-se que sua atuação venha contribuir para o bem estar social. Entretanto, a administração da tecnologia não está voltada para a distribuição de renda. Muito pelo contrário, a exclusão digital em massa está desencadeando um processo de desigualdade ainda maior. Não se nega que os empregos extintos pela era da automação estão sendo substituídos por uma gama de outras oportunidades de trabalho. Basta ter um computador em casa que se está na Internet e, usando de criatividade e vontade, logo se encontra uma atividade lucrativa para se desenvolver.

O processo é simples. Os trabalhos manuais das gráficas foram substituídos pelos grafismos computadorizados. Muitas profissões do século passado já não mais existem, mas outras foram colocadas em seu lugar. As oportunidades de trabalho estão literalmente entrando na casa dos brasileiros. E então, porque se fala em exclusão digital? A resposta é simples: menos de 10% da população trabalhadora possui computador e conhecimentos ou oportunidades para formação profissional para melhor tirar proveito de sua “máquina”.

Outra percentagem ainda maior tem conhecimento e não tem computador, utilizando computadores públicos em universidades ou pagos em lan house. Nos tempos modernos, não há como conceber empresas e instituições sem a informatização. Entretanto, devem fazer um planejamento, mobilizando o pessoal habilitado, no sentido de capacitá-lo e incentivá-lo à qualificação necessária para o exercício da nova função. Ao final, o processo continua simples, basta remanejamento da mão-de-obra. O cerne da questão está na essência do capitalismo que continua defendendo a inter-relação lucro versus lucro. Enquanto se pensar na lucratividade a qualquer preço, em detrimento do princípio maior do bem estar social, o resultado será a exclusão crescente.

Na nova era da informatização, os principais grupos sociais da sociedade do conhecimento serão os “trabalhadores do conhecimento”, executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos, assim como os capitalistas sabiam como alocar capital para isso.

O desafio econômico da sociedade pós-industrial se caracteriza pela produtividade do trabalho com conhecimento e do trabalhador do conhecimento. Esses trabalhadores, regra geral, carecem da educação necessária para serem trabalhadores do conhecimento.

O primeiro passo a ser dado no sentido da evolução social como um todo, primando-se pela mantença do bem estar social e fazendo uso das novas descobertas em prol da sociedade em geral, é reconhecer que se vive em uma nova sociedade com novos setores de produção, com a preponderância do setor terciário sobre o setor secundário, e tendo o avanço tecnológico como condição para alcançar elevados índices de produtividade. Em contrapartida, além de se reconhecer o valor e o papel da informação para manter o seu desenvolvimento, deve-se propiciar o acompanhamento evolutivo da humanidade.

A situação enfrentada pela humanidade nesta nova era é preocupante enquanto desconhecida. A falta de investigação científica a respeito e a análise da realidade sob métodos equivocados deturpam resultados, dificultando ainda mais o entendimento presente e a projeção futura dos efeitos decorrentes, sejam eles positivos ou negativos.

A concepção da sociedade de informação, tendo como fundamento as novas características na acumulação do capital, baseia-se na produção do conhecimento sustentado pela produção de informação. A socialização do fenômeno da produção da informação se faz através das estruturas da informação (bibliotecas, bases de dados, sistemas de informação) que são responsáveis pela operacionalização da produção do conhecimento.

Estas estruturas são constituídas pelas indústrias de produção de conhecimento, indústrias de produção de estoque de informação organizada e indústrias de transformação da informação. Estas estruturas funcionam com racionalidades diferentes.

Por exemplo, as indústrias da informação se orientam por uma racionalidade técnica, buscam eficiência técnica e econômica indispensáveis para a produção do conhecimento, mas não produzem conhecimentos, apenas procuram ordenar a explosão da informação. Formando um estoque de informação, criam estratégias de distribuição que procuram contemplar e dividir entre os diferentes grupos de consumidores. Neste processo de distribuição e diferenciação apenas alguns privilegiados têm acesso a determinadas informações. Ocorre de forma que somente uma elite tenha as informações seletivas, cujo grupo é minoria.

Na verdade, na economia transnacional, o mercado de informação se expressa globalmente, com grande amplitude, extrapolando sua especificidade, atingindo, assim, todos os setores da sociedade, em suas múltiplas manifestações. Dessa forma, a força de trabalho decorrente da Internet é distribuída em diferentes ocupações, não se restringindo somente aos profissionais especificamente ligados ao elemento Internet. O setor de informação inclui uma série de tipos de trabalhos diferenciados pela forma de pagamento, pelo status e pelo poder, reflexos evidentes da ordem social dominante.

A classe trabalhadora deve estar bem mais instruída e qualificada para compor a força de trabalho nos diversos setores econômicos da sociedade moderna. Entretanto, mesmo sendo esta a tendência aceptiva nesta fase histórica de desenvolvimento tecnológico, o Brasil ainda é um país onde a estrutura ocupacional é bastante estratificada e com uma grande parcela composta por trabalhadores pouco qualificados e despreparados. É nesse sentido que se entende a existência do aumento das desigualdades e a exclusão digital da grande massa populacional.

A demanda emergente por qualificação profissional é percebida pelo fato de diversas funções estarem passando por modificações significativas. Portanto, o novo profissional da informação deverá ter competência profissional ampla, envolvendo conhecimento interdisciplinar, habilidades gerenciais, técnicas e políticas, além do profissionalismo ético.

O setor de serviços é composto por dois tipos de trabalho, tais como, trabalhos onde as pessoas oferecem serviços diretos, como caixa de banco, garçonete, advogados, agentes de seguro; e trabalhos no centro administrativo das empresas, como pessoal de escritório, contadores, gerentes, trabalhos estes encontrados em todos os setores, não somente nos de serviços. A linha divisória não é marcante, mesmo percebendo que a maioria dos trabalhadores de informação são profissionais, o trabalho com informação também inclui outras categorias com os operadores de máquinas e reparadores.

Neste sentido é que existe uma dificuldade em aceitar os pressupostos de que a economia de informação é um fato consumado dentro da economia global, caracterizado pela predominância de trabalhos altamente qualificados. Como também em aceitar a idéia de que a Internet é o quarto setor na economia da informação. O setor de informação permeia os três setores econômicos: agricultura, manufatura e serviços.

Desta forma, como todo movimento profundo e de longo alcance, a mudança no trabalho não é instantânea, e algumas dimensões mudam rapidamente enquanto outras permanecem estagnadas. Da mesma forma vem acontecendo com as relações de emprego na nova economia, em confronto com a lentidão das transformações institucionais e jurídicas, e com a rigidez de códigos e de culturas trabalhistas. Geram-se tensões generalizadas, entre segmentos tecnologicamente mais avançados que buscam transformações mais rápidas, e amplas massas de trabalhadores inseguros, além de quadros gerenciais de alta qualificação que se sentem ameaçados com mudanças como a redução do leque hierárquico.

O “novo” surge como uma ameaça, porque o desconhecido intimida. Busca-se superar esses “medos” através do entendimento do que efetivamente está acontecendo e quais são as tendências. Neste árduo caminho, se defronta com a ambígua relação de querer estar do lado do progresso e das tecnologias, ao mesmo tempo em que se quer um mínimo de garantias no processo de mudança. Entretanto, será difícil alcançar o “futuro grandioso” que a nova era da informática promete, se resultar impossível a sobrevivência do presente.

A situação é delicada e, do ponto de vista científico, chega a ser desolador, ao se constatar que a sociedade espera passivamente pelas prometidas mudanças, mergulhada num entendimento mitológico de que as transformações acontecerão de forma natural, e seu processo resultará em benesses a toda coletividade. Por outro lado, as visões dominantes sobre o problema estão centradas em simplificações radicais. O trabalho humano dignamente prestado e a busca pela inserção máxima do trabalhador no processo de produção são vistos, a partir da lógica hipertrofiada do capital, como valores secundários, ou seja, entraves à própria acumulação capitalista.

Esta lógica se consolida aos poucos no seio social, sedimentando a idéia hoje quase consensual de que a proteção jurídico-social do trabalhador nos moldes do direito do trabalho é inviável às economias capitalistas. Esta idéia forma a brecha para a propagação do discurso de flexibilização ou de desregulamentação de direitos trabalhistas historicamente consolidados.

É preciso romper essa cadeia oportunista, ressaltando e se fazendo ouvir aos “quatro cantos”, que os direitos trabalhistas não representam entrave social. Embora não representem emancipação social, significam inegável evolução social.

Enquanto não se pense para além de uma sociedade estruturada sob uma lógica perversa de acumulação por parte de poucos às custas da dignidade de muitos, os direitos trabalhistas representam, pelo menos, a esperança de um mundo onde a dignidade humana seja minimamente preservada.

Assim, se é imprescindível uma reformulação da regulação jurídica do mercado de trabalho, de forma a adaptá-la à nova realidade da Internet, não é menos imprescindível que dita reformulação tenha como norte a preservação da dignidade do trabalhador, uma vez que este ainda é supersuficiente e ainda é o representante legítimo de um dos valores básicos e fundamentais da dinâmica social moderna: o trabalho, da mesma forma que o era quando da instituição do princípio de proteção do trabalhador.

INCLUSÃO DIGITAL X ANALFABETISMO

Também chamada por alguns de Apartheid Digital, a Exclusão Digital vem crescendo em progressão geométrica com a informatização do serviços públicos básicos. Discutir a Inclusão Digital é algo novo para a sociedade brasileira.

INTRODUÇÃO:

Também chamada por alguns de Apartheid Digital, a Exclusão Digital vem crescendo em progressão geométrica com a informatização do serviços públicos básicos. Discutir a Inclusão Digital é algo novo para a sociedade brasileira. Salvo um grupo restrito de pessoas que já vêm trabalhando com o tema há algum tempo, não se pode dizer que este é um conceito amplamente conhecido. As longas filas em bancos são um exemplo deste "estar fora". Quem perde horas nelas para sacar dinheiro ou pagar contas, em sua esmagadora maioria, são idosos ou pessoas que, não "estão preparadas". Ir ao caixa eletrônico não é só passar o cartão na máquina, mas ter assimilado o raciocínio de quem criou aquela máquina. Voltar, anular, entrar. Expressões comuns para quem "navega" pela internet se tornam vocabulário grego para analfabetos digitais.


SÍNTESE HISTÓRICA EVOLUTIVA:

No ano de 1957 foi posto em órbita o satélite Sputnik, sendo que após uma dezena de anos o ser humano desvencilhou-se da força da gravidade da terra e chegou a lua. Na metade do século XIX foi inventado o telégrafo por Samuel Morse; no ano de 1876 foi criado o telefone pelo escocês Alexander Graham Bell; os irmãos Lumière, em 1895, são responsáveis pela primeira reprodução pública de imagens em movimento, que deu origem ao cinema. Ato contínuo, no ano de 1935, deu-se a primeira transmissão de imagem pela televisão e a construção de computadores e de microprocessadores de dados.

Desta apertada síntese de alguns dos acontecimentos históricos que influenciaram de forma relevante a evolução da espécie humana, cabe dar ênfase aos últimos eventos supra mencionados, que abriram grandes possibilidades a quase instantânea divulgação de informações, sendo uma das mais importantes, senão a mais importante, das conseqüências evolutiva histórica do ponto de vista social.


INCLUSÃO DIGITAL E TELECENTROS:

O desenvolvimento tecnológico avança em velocidade tamanha, principalmente nos últimos tempos, que é impossível o ser humano acompanhá-lo, ou seja, a capacidade de invenção do ser humano jamais vai chegar a acompanhar a capacidade de desenvolvimento tecnológico, sendo que eles nunca andaram juntos. Existem previsões de estudiosos na área da sociologia, que acreditam que no ano de 2015 a grande maioria das pessoas, diante da tamanha e veloz evolução tecnológica, não terão o que fazer no mercado de trabalho, por não conseguirem, ou na grande maioria das vezes não terem chances, de andar passo a passo com o desenvolvimento.

Diante de tamanha evolução, é de caráter urgente as medidas que devem ser tomadas no sentido de dar oportunidade e tempo para que pessoas excluídas do mundo da informação possam se qualificar.

Vivemos em uma época que o ser com capacidade de raciocinar que ignora ou indispõe de possibilidades para o uso de um micro-computador, estará fadado a total exclusão digital e conseqüentemente, em um futuro próximo, sofrerá a exclusão social.

Com o quadro que se apresenta na atualidade, qual seja, a evolução frenética da tecnologia, com enfoque maior na área dos computadores, vem se falando cada vez mais em inclusão digital. Qual o significado deste termo? Para que serve? Isto diminuirá ou aumentará o índice de pessoas excluídas do avanço tecnológico?

Primeiramente é bom esclarecer que a inclusão digital está intimamente ligada a inclusão social, pelo fato de haver uma democratização do acesso à informação disponibilizando tecnologia à população. Cabe ressaltar que o principal objetivo não é disponibilizar a tecnologia em si, mas sim a integração perfeita do indivíduo excluído digitalmente na sociedade.

Diante do exposto, quando se terá um resultado para reverter a situação do analfabetismo digital? Simples: A exclusão digital acabará quando o “usuário aprende que o computador é um meio de acesso à educação, ao trabalho, ao contato e troca com a sua comunidade, ao pensamento crítico e ao exercício pleno de sua cidadania”.
Impossível falar em inclusão digital sem sabermos o que são os Telecentros. Segundo o autor Sérgio Amadeu da Silveira, Telecentro é considerada a “forma mais ampla de acesso físico ao computador e à Internet”. Completando o significado, relata ainda o mesmo autor que “telecentro é um espaço físico em que são colocados alguns computadores conectados à Internet para uso comunitário, em geral gratuito.”

Como forma de esclarecer melhor o significado de telecentro, usaremos o conceito do autor Lúcio Eduardo Darelli, um dos fundadores do primeiro Telecentro da América Latina, qual seja, “um centro de alta tecnologia que oferece serviços totalmente informatizados à população em geral e ao segmento econômico, além de ser um grande apoio ao processo educativo local.” Dentro da mesma perspectiva complementa o autor: “Em outro sentido, pode-se dizer que serve como um item de tecnologia alavancador sócio-econômico-cultural de determinada região urbana ou área remota.” (Grifo original)

Pelo exposto acima, é indubitável a necessidade da inclusão digital de grande parte da população excluída deste universo tecnológico. Precisam ser tomadas medidas de urgência por estarmos à beira de um colapso revolucionário social, diante do elevando número de cidadãos desconhecedores de informações vitais, que dão condições de trabalho e sobrevivência no mudo capitalista em que vivemos.

Falando em números, podemos citar algumas estatísticas  para comprovar que grande parte da população brasileira é digitalmente excluída. Se não vejamos: 18,5 milhões de pessoas com mais de 16 anos, aproximadamente 10% , acessa a Internet de qualquer local – casa, trabalho ou escola. Quando focalizamos na questão renda, a exclusão fica mais explícita: 80% da população das classes A e B têm acesso à Internet. Já na classe C, este percentual cai para 23%, enquanto nas classes D e E, temos ínfimos 6%.


O ANALFABETISMO NO BRASIL:

Necessário se faz um breve comentário sobre a atual situação que atravessa o Brasil com relação ao analfabetismo para podermos traçar um paralelo entre a inclusão digital e a possibilidade de inclusão da população considerada analfabeta. Segundo pesquisas mais recentes, o índice de analfabetismo no Brasil alcança a cifra de 12,4% .

O caminho da inclusão digital passa por empecilhos governamentais, bem como pela própria condição educacional precária em nosso país. Verbas públicas são hoje destinadas para programas específicos com objetivo de acabar com a fome de milhões de brasileiros, que estão abaixo da linha da pobreza. Aliado a isso, o analfabetismo no Brasil em grande escala é entrave para o acesso irrestrito das pessoas no mundo da informática. O administrador público se vê rodeado então de duas prioridades que nos dias atuais não pode deixar de dar atenção, quais sejam, o combate à fome no Brasil, e o analfabetismo.

Estes dois pontos cruciais inibidores do desenvolvimento econômico-social de qualquer país, também afetam, por óbvio, as políticas públicas e privadas que visam à inclusão digital de nossa população. Os recursos públicos destinados a este tema, objetivando disponibilizar computadores à população de baixa renda, vão primeiramente passar por importantes ações governamentais de combate à exclusão social em nosso país. Deste modo, os recursos para a aquisição dos mecanismos necessários a inclusão digital serão mínimos se comparáveis a atual demanda.

Não podemos concordar, como defendem alguns especialistas na matéria, que a inclusão digital favorecerá a diminuição do analfabetismo no Brasil. Os processos pedagógicos atuais que visam dotar o indivíduo das duas condicionantes elementares para o exercício mínimo de sua cidadania: ler e escrever, não foram suplantados pelo uso da informática. A informática, por sua vez, neste diapasão, ocupa lugar de destaque após este processo, ou seja, na alfabetização digital dos já alfabetizados nos processos educacionais tradicionais.

Em suma, para que meios de inclusão digital sejam oferecidos de forma maciça pelos órgãos públicos e privados e, que estes elementos disponíveis possuam eficácia garantida em seu público alvo, é necessário o combate irrestrito e permanente à fome, a pobreza e ao analfabetismo em nosso país, com a disposição de recursos vultosos para estes fins e por último o engajamento da sociedade civil organizada fiscalizando as ações de governo, como também atuando em parceria com os órgãos públicos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Embora existam entraves ao incremento da inclusão digital em nosso país, é necessária a adoção de políticas públicas voltadas a este objetivo, sob pena de criarmos em pouco tempo um abismo quase intransponível entre a população brasileira, ou seja, os alfabetizados digitalmente e os excluídos digitais.

Não se trata aqui de políticas “faz-de-conta” que circundam o meio em que vivemos, e sim de medidas efetivas que disponibilizem e capacitem pessoas para sua inserção no mundo digital e aos serviços dele decorrentes, básicos para o exercício de sua cidadania. Aqui, cabe ainda a participação da sociedade organizada, preenchendo lacunas deixadas pelos órgãos estatais, como também, participando efetivamente deste processo com a adoção de medidas que façam com que a população seja informada a importância deste tema para o seu crescimento individual, bem como para a evolução social, educacional, cultural e econômica do Brasil como um todo.

Fazendo a relação entre a inclusão digital e o analfabetismo, chegamos à conclusão de que na realidade existem duas espécies principais de exclusão digital que devem ser analisadas. A exclusão das pessoas alfabetizadas e a exclusão dos analfabetos.

Procuramos destacar essas duas espécies de indivíduos, justamente por haver um tratamento diferenciado no que toca a inclusão digital. Vejamos: Para pessoas que sabem ler e escrever, sem sombra de dúvida será mais viável e atrativo o uso, interesse e incentivo ao computador. Tratando das pessoas analfabetas, a passagem pelo processo educacional tradicional é condição sine qua non para vislumbrarmos sua inclusão futura no mundo digital.

Acreditamos que os recursos para inclusão digital deverão partir principalmente de entes privados, posto que o Estado deve se preocupar muito mais com outras necessidades básicas da população esquecidas ao longo do tempo.

Deste modo para que possamos futuramente acabar com o analfabetismo digital, precisamos primeiramente erradicar o analfabetismo que assola e predomina no Brasil.

A INFORMÁTICA E O MERCADO DE TRABALHO

Este final de milênio é marcado pela revolução tecnológica em to-
dos os níveis e setores da vida do homem em Sociedade, o computador tem ocupado cada dia mais espaço e existe uma tendência de se ampliarem relações virtuais. Na educação os reflexos são sentidos dia-a-dia e a escola precisa atualizar-se para receber o aluno que, mesmo antes de ser alfabetizado, já "opera" um computador.  É um desafio que a escola enfrenta!
* (1) Era o início da febre da informatização da educação — modernidade nem sempre bem administrada no nosso meio: sabia-se, de início, que a relação professor/aluno estava prestes a mudar; o professor não seria mais o grande sábio, mas não se reciclava este profissional de forma eficiente para conhecer as potencialidades da máquina e usá-la como ferramenta para um ensino mais dinâmico e adequado aos dias atuais e à realidade do aluno. Do mesmo modo não se considerava o custo do equipamento, comparando-o com o valor do salário médio da população, acrescentando-se ainda a idéia de que tecnologia assumiu um significado de desemprego.* (2) da Revista Playboy da editora Abril: Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e Centro de Comunicação e Artes da Universidade Metodista de São Paulo (CECOM/UMESP).* (3) . Para esta última pesquisa (15º Ranking) foram enviados 20 mil questionários a professores, chefes de departamento, diretores e coordenadores de cursos de 140 instituições de ensino superior, abrangendo 47 áreas do conhecimento. Este universo inclui todas as Universidades Federais, Estaduais e Municipais, além das escolas Federais isoladas e das principais particulares — no caso das Católicas, por sua tradição, todas foram incluídas. O "mailing" de professores é alterado todos os anos, permitindo que uma amostra expressiva do quadro docente do país participe da pesquisa.* (4)  
O que há poucos anos era considerado profecia de Bill Gates, o homem que revolucionou o mundo através do microcomputador, agora é realidade. A relação professor/aluno deve ser repensada para que o processo ensino-aprendizagem atinja suas metas: o professor continua sendo o condutor, porém com a tarefa de montar estratégias e ensinar a aprender e não mais detectar o saber para depositá-lo no aluno.
Cláudio de Moura CASTRO (1988) argumenta que a relação do jovem – que via de regra é mais livre, mutável e criativo – com os microcomputadores, é natural, pois, o dinamismo da máquina se assemelha às características deste usuário. As escolas, muitas vezes tendem a domesticar o microcomputador, como, muitas vezes, pretendem domesticar o jovem; desta maneira o uso da máquina poderá ser tão deficiente e ineficaz quanto a atuação do jovem domesticado na sociedade em que se insere. Porém, este tipo de escola está com os dias contados, pois, a sociedade moderna tende ao dinamismo e à participação, sendo o computador a ferramenta que propicia a interação e que leva à quebra de barreiras, diminuindo as distâncias sociais.
Desde os anos 80 e, mais enfaticamente, no início dos anos 90, fala-se em revolucionar o ensino através do computador. Colégios particulares e institutos de línguas estrangeiras, nos grandes centros, saíram na frente, investindo na multimídia. As escolas públicas também começaram a mudar: a Secretaria de Educação de São Paulo montou um Centro de Informática na Educação (CIED) e prometia para 1994 cinqüenta escolas estaduais com laboratórios de multimídia — quantidade pouco significativa para o tamanho do Estado e o número de escolas. O MEC instituiu o Projeto Educom (Educação por Computador) entre 1982 e 1989 e viabilizou a criação de 32 Centros de Informática na Educação em Universidades, escolas de 1º e 2º graus e escolas técnicas.
A importância do computador é ressaltada por HARNARD (1991) quando diz que vivemos hoje uma revolução na história do pensamento e do conhecimento humano. A primeira revolução foi pela aquisição da linguagem, pois os seres humanos passaram a se comunicar oralmente; a segunda foi decorrente do advento da escrita e a terceira com a invenção da imprensa. Somente agora, passados alguns séculos, é que nos deparamos com um advento realmente revolucionário: a possibilidade de interação pelo computador. Com o auxílio desta tecnologia o usuário não tem mais a posição passiva frente às informações que são apresentadas na mídia convencional. Ao contrário, ele toma uma posição ativa, dirigindo o fluxo da exposição de acordo com seus interesses.
No campo da comunicação e informação a palavra de ordem é "multimídia", capaz de integrar textos, sons, imagens estáticas e em movimento e, sobretudo, permitir a interatividade do usuário com o sistema.
No que se refere às Escolas de Comunicação, o impacto que a informática provoca é, sem dúvida, sentido de maneira mais direta: a Escola forma o indivíduo que deverá atuar em um mercado no qual quase nada se faz sem informática.   Portanto, cabe à Escola, além daformação acadêmica generalista e humanista, também a capacitação técnica para atuar profissionalmente.
A produção publicitária, como disciplina específica nos cursos de Publicidade e Propaganda, dividida em produção gráfica e produção para mídia eletrônica, é responsável pela concretização ou realização das peças publicitárias criadas em etapa anterior.  O instrumental exigido, antes da informática, para o desenvolvimento do conteúdo programático desta disciplina, é considerado quase obsoleto.  Hoje com o advento das novas tecnologias ou da informática, caso que nos interessa para este estudo, muda-se até mesmo a concepção do espaço físico destinado para a realização desta tarefa; exige-se do aluno e do professor um outro perfil; exige-se que o equipamento seja específico – não se trata de adaptação ao que já existia, mas uma nova maneira de produzir.
As agências de publicidade estão a cada dia se reestruturando para poderem se tornar mais competitivas – e muitas vezes fazendo "marketing": mostrar para seus clientes "como são modernas", estando de posse da última palavra em tecnologia (end-technology).  Qualquer periódico especializado que se consulte, como Revista Propaganda ou Jornal Meio & Mensagem, a informação que se sobressai é a atualização das Agências e Produtoras em relação à Informática.
Desta maneira muda também o perfil do profissional.  A Escola passa a repensar sua didática e sua metodologia, assim como a reestruturar seus laboratórios.  Porém as mudanças são muito rápidas e dificilmente a Escola poderá acompanhar o mercado em termos de tecnologia. O próprio mercado profissional quase não consegue acompanhar as inovações; está em uma encruzilhada – se não investir em tecnologia ficará defasado, mas, mesmo investindo, é difícil atualizar-se.
Está lançada a polêmica: a Agência já não possui tempo, nem espaço para treinar o profissional; a Escola não pode acompanhar a tecnologia, até porque o seu papel mais relevante é "formar" o indivíduo.
Escola e Agência – mudanças necessárias mas nem sempre possíveis na mesma velocidade.  E o Professor?  É necessário investir na sua capacitação e atualização.  E o Aluno?  Estará capacitado para exercer, eficientemente, a profissão, no tocante à tecnologia?  Qual será o papel da Escola e da Agência neste processo?  Estas são algumas das questões sobre as quais este trabalho leva a refletir.
Este estudo tem como objeto central as mudanças que a Informática provocou nos Cursos de Publicidade e Propaganda, mais especificamente na disciplina de Produção Publicitária em Rádio, Televisão e Cinema (mídia eletrônica).   Também é objeto deste trabalho as mudanças que a informática provocou nas agências de publicidade, especificamente na área de produção.
Estas mudanças são abordadas a partir das seguintes questões de trabalho:
· A informática provocou mudanças significativas na produção publicitária profissional;· Com o advento da informática, o mercado de trabalho exige reestruturação da escola no que se refere à formação do aluno;· A infra-estrutura de Informática da escola dificilmente se equipara à encontrada nas grandes agências, em parte devido à renovação muito rápida da tecnologia; · A informática possibilita, na escola, uma apresentação inicial, leiaute, com melhor acabamento, mais próximo da prática publicitária profissional;· A produção publicitária, como disciplina específica dos cursos de Publicidade e Propaganda, deve apresentar uma nova maneira de produzir, considerando o advento da informática;· O professor das disciplinas de produção publicitária deve estar atualizado em relação ao uso profissional da Informática nesta área;· Tanto a Agência quanto a Escola deverão repensar o seu papel na formação do Publicitário.
Embora a proposta deste estudo tenha se limitado à área de produção publicitária nos meios eletrônicos, observou-se que havia muita dificuldade, primeiramente, de se tratar da produção sem envolver as demais etapas da atividade publicitária, especialmente a criação; depois, a produção dos meios impressos sempre se fez presente, ou seja, quando se fala em tecnologia, abordam-se todos os meios simultaneamente, o que caracteriza realmente a fusão das diferentes mídias, não no futuro, mas já no presente.
Há que se ressaltar que o mercado publicitário não se restringe à agência; o profissional pode atuar também em empresas anunciantes, veículos, produtoras e como autônomo (assessorias e trabalhos free-lancer). Porém, para este estudo, optou-se por trabalhar apenas com as agências, por representarem o segmento mais representativo do campo profissional.
Delimitou-se, da mesma maneira, trabalhar o curso de Publicidadee Propaganda nas escolas superiores (3º grau); existem, nesta habilitação, cursos técnicos (nível de 2º grau), cursos livres e de especialização.
Este trabalho caracteriza-se como um estudo exploratório, do uso da Informática nos cursos de Publicidade e Propaganda, mais especificamente na disciplina de Produção Publicitária em Rádio, Televisão e Cinema (mídia eletrônica), nas três melhores escolas, segundo o ranking
Desde 1982 a Playboy tem apresentado o Ranking das Melhores Faculdades do Brasil
O índice de retorno de respostas tem sido de 15 por cento, um número considerado muito bom pelos especialistas. Todos os questionários respondidos passam por uma avaliação antes de serem considerados válidos. Feito esse trabalho de seleção, os questionários são codificados e tabulados. Foram adotados pesos individuais para o questionário de cada professor, privilegiando os daqueles profissionais com maior experiência e formação acadêmica.
Além dos votos dos professores, o questionário levanta dados e informações sobre a infra-estrutura do curso, qualificação e regime de trabalho do corpo docente, projetos desenvolvidos com a comunidade e empresas privadas, número de teses defendidas e de trabalhos publicados em revistas especializadas por seus professores, número de bolsas de estudo e de iniciação científica concedidas. Essas informações são cruzadas e armazenadas no Banco de Dados de Playboy.
Numa nova etapa, é enviado um outro questionário a gerentes e profissionais de recursos humanos de 500 das maiores empresas do país (segundo levantamento da publicação Maiores e Melhores da Revista Exame). Esses profissionais fornecem dados sobre a qualidadeda mão-de-obra saída das escolas, apontando quais delas estão formando os melhores profissionais.
Em outra fase da pesquisa, realizam-se visitas em algumas instituições (sorteio) para conhecer e avaliar instalações, recursos e equipamentos. São ainda colhidos dados e informações das próprias escolas, do Ministério da Educação, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e outros órgãos financiadores de pesquisa.
"O resultado de todos esses indicadores, colhidos ao longo de nove meses de pesquisa, permite montar os quadros com os cursos nota 10…, [objetivando] …facilitar a escolha do estudante brasileiro na hora do vestibular e estimular as escolas na busca de aperfeiçoamento."
Procurou-se verificar também estrutura do uso da informática em três agências da Cidade de São Paulo entre as 10 primeiras colocadas no ranking de agências por faturamento, do ano de 1996, veiculado pelo Jornal Meio & Mensagem de 14 de julho de 1997. A editora Meio & Mensagem tem o reconhecimento dos profissionais da área e faz anualmente um levantamento exclusivo, apontando as maiores agências do mercado brasileiro. Para tanto utiliza os seguintes dados: receita, percentual de variação da receita em relação ao ano anterior, número de funcionários, número de clientes e percentual da receita oriunda da mídia/veiculação. As agências consultadas para este trabalho apresentaram o seguinte quadro:
Ranking Agências Receita* ** Funcionários Clientes ***

96 95 1996 1995 % 96 95 96 95 %
1 1 McCann 94.000 71.200 32 385 425 75 77 NF Erickson
3 4 Fischer, 52.432 47.800 10 148 144 13 12 70
Justus
5 11 J. W. 46.500 28.000 66 NF NF NF NF NF Thompson
* = Receita declarada em Milhões de Dólares
** = Variação da receita de 1995 para 1996
*** = % da receita oriunda da mídia / veiculação
NF = dados Não Fornecido
Uma análise do quadro acima apresentado leva-nos a verificar a situação destas agências: a McCann-Erickson, de 95 para 96, manteve a liderança, aumentou sua receita em 32%, embora tenha reduzido o seu número de clientes (de 77 para 75); da mesma forma reduziu seu número de funcionários (de 425 para 385). Em termos percentuais reduziu o número de clientes em 3% e o de funcionários em 9,5%.
A Fischer, que subiu no ranking de 4º para 3º lugar, aumentou sua receita em apenas 10%, porém diferentemente da McCann-Erickson, aumentou o número de funcionários em 3% (de 144 para 148) e o de clientes em 8% (de 12 para 13). Observa-se que os números desta agência, se comparados aos da McCann-Erickson, são muito inferiores, embora situando-se, no ranking, pouco abaixo. Enquanto a McCann-Erickson não forneceu para a pesquisa do Meio & Mensagem o seu percentual de receita oriundo da mídia/veiculação, vimos que a Fischer teve o grande percentual de sua receita (70%) desta atividade.
A J. W. Thompson representa, neste ranking, o grande destaque, tendo saltado da 11ª posição em 95 para a 5ª em 96, com um aumento na receita muito superior ao das primeiras (66%). Não se pode, contudo, avaliar as razões deste crescimento, pois, a agência não forneceu os dados solicitados para o estabelecimento da comparação com as demais.
Através da análise de documentos das Escolas e entrevistas realizadas com os Coordenadores de Curso e Professores que ministram tais disciplinas buscou-se verificar:
· Perfil das escolas e do curso de Publicidade e Propaganda;· Levantamento da grade curricular do curso de Publicidade e Propaganda;· Seleção das disciplinas específicas de produção publicitária;· Estudo das ementas destas disciplinas;· Estudo do programa de curso destas disciplinas, verificando se as estratégias didático-pedagógicas prevêem o uso da Informática;· A infra-estrutura física e equipamentos disponíveis;
· Orientação para o mercado;· A infra-estrutura de informática (Hardware e Software) disponível para o desenvolvimento destes programas;· A capacitação dos Professores com a aplicação da informática para a prática didático-pedagógica e a efetiva prática no exercício profissional.
Através de entrevistas com os profissionais nas agências buscou-se:
· Perfil da agência;· Oferta de cursos de reciclagem profissional;· A verificação do perfil do profissional envolvido com a produção publicitária.· A mudança deste perfil a partir da introdução efetiva da informática;· A verificação da infra-estrutura de informática (Hardware e Software) utilizada;· A exigência para a contratação de um novo profissional, mais especificamente no que se refere a sua formação em informática;· O perfil do egresso de comunicação ou de outra área para atuar na Agência;· A terceirização de serviços pela agência.
 * (5) . O jovem ainda vê a propaganda como sinônimo de criação. Sem dúvida a criação é a grande vitrine e acaba atraindo o jovem pelo glamour, nem sempre alcançado, uma vez que as agências não absorvem um número tão grande de profissionais colocados no mercado a cada ano * (6) . As oportunidades são reservadas aos que apresentam criatividade não apenas para a criação de peças publicitárias, mas para gerar soluções mais abrangentes para os problemas dos clientes. As áreas de planejamento, atendimento, mídia e produção também necessitam de bons profissionais e destacam o indivíduo no mercado, garantindo-lhe, muitas vezes, boa remuneração. Por isso, cabe à escola desmistificar a área da propaganda, mostrando ao aluno novas direções.* (7) * (8) 
Considerações Teóricas
Muito ampla é a literatura sobre tecnologia, principalmente no que se refere a artigos científicos, devido a atualidade do assunto.  Apresenta-se, nesta etapa, apenas uma amostra de textos mais significativos sobre o assunto, envolvendo tanto aspectos mais genéricos da evolução tecnológica na sociedade quanto os mais específicos sobre o uso da informática no ensino de publicidade.
Discutem-se questões que vão desde a adequação da máquina e a formação do educador e do técnico até aspectos mais específicos como o desenvolvimento e a utilização de hardware e software na produção publicitária e no ensino de publicidade. O que se pode verificar, contudo, é uma abordagem sempre crítica e reservada em relação ao uso do computador e dos seus efeitos sobre a educação.
Pode-se verificar que é a tecnologia que suscita o questionamento da relação escola/mercado principalmente na área da publicidade. O mercado exige do profissional o acompanhamento da evolução tecnológica e espera-se que a escola, além da formação generalista e humanista, ofereça condições de adequação às exigências profissionais. Discussões que envolvem esta problemática são cada vez mais presentes, tanto no mercado quanto na escola e envolvem questões mais complexas sobre a regulamentação profissional e a obrigatoriedade ou não da formação acadêmica para atuar na área.
O material didático utilizado no ensino específico de produção é muito ligado às experiências profissionais e por isso, muitas vezes, espera-se que o aluno, futuro profissional, consiga performances no nível daquelas que serviram de exemplos. O profissional do mercado que colabora com o ensino, tornando-se professor, procura queimar etapas do processo de aprendizagem.
A escola antes e depois da informática
O Cinema já comemorou seu centenário, o Rádio chegou ao Brasil em 1923 e a Televisão em 1950; portanto não são novas tecnologias, porém, a utilização dessas mídias com objetivos pedagógicos sempre foi descontínua e restrita a projetos específicos. Os críticos dos meios de comunicação justificam este fato, dizendo que estas mídias tendem mais à frivolidade e ao entretenimento do que à concentração e ao raciocínio, daí a dificuldade do emprego pedagógico da mídia eletrônica.
Mais modernamente a introdução da informática como mais uma fonte de acesso à informação leva educadores e comunicadores a refletirem e pesquisarem sobre formas de se facilitar o acesso às tecnologias de maneira crítica e qualificar o professor para atuar como um novo profissional, mediador da informação e incentivador da busca do conhecimento.
A partir da década de 80 muitos trabalhos foram desenvolvidos, discutindo o uso do computador em sala de aula como ferramenta curricular. Estes estudos partem do pressuposto que o professor como detentor do conhecimento empobrece o processo de ensino-aprendizagem — o estudante é passivo e o professor se esvazia a cada aula. O computador e o acesso às redes podem mudar este quadro: uma vez tendo a ferramenta bem utilizada muda-se não apenas a relação educacional–pedagógica, mas o tipo de relação interpessoal que a sociedade pretende estabelecer. Por outro lado, o computador utilizado erroneamente pode trazer conseqüências desastrosas: torna-se uma simples tela eletrônica e desconsidera-se todo o seu potencial ou cultua-se o "tecnocentrismo", desenvolvendo um ensino centrado na informação e não na educação.
A evolução tecnológica é uma realidade e bem utilizada pode propiciar grandes avanços no processo de aquisição de conhecimentos. A queda dos preços dos equipamentos, conseqüência da produção maior, oferece amplas possibilidades de acesso ao usuário comum. Hoje já é possível montar uma verdadeira biblioteca de bolso, utilizando CDs virgens, graváveis que podem ser adquiridos por apenas 7 Reais e gravadores cujo custo não ultrapassa 600 Reais. Em um CD cabe o equivalente a mais de 200 mil páginas de texto.
Os sistemas de redes por computadores abrem a possibilidade de interação total, pois, permitem que haja uma troca imediata, em tempo real, com perguntas e respostas. Via Internet já é possível um professor orientador trabalhar com alunos esparramados pelo mundo todo; as fronteiras e as distâncias não são mais impecílios.
É cada vez mais ampla a utilização de computadores multimídia no ambiente doméstico e acesso à Internet, tornando real mais uma profecia de Bill Gates: um computador em cada mesa. Ao estudante são ferramentas que significam atingir a meta do "conhecimento sem fronteiras" — a Internet e o microcomputador com CD-Rom: bibliotecas, centros de pesquisa, jornais e revistas de todo os pontos do planeta estão disponíveis para consulta na tela do micro, à distância de um clique do mouse.
A necessidade de os futuros publicitários terem ou não uma formação acadêmica ainda gera polêmica. De um lado o mercado atribui má qualidade de ensino à escola, de outro, a escola julga que o mercado deve contribuir com a qualidade da formação do profissional de que necessita. No meio, entre o mercado e a escola, está o estudante.
Quando se discute se a escola forma um profissional competente há que se definir o que se entende por competente na área de publicidade. Corresponder satisfatoriamente às exigências básicas da profissão, para exercê-la com responsabilidade e qualidade, no âmbito da publicidade, implica ter talento e cultura associados à técnica. Entende-se que a Universidade tem como objetivo a produção e a disseminação da ciência, da cultura e da tecnologia, mediante procedimentos e metodologias adequadas, portanto deve ser o melhor lugar para este desenvolvimento.
Desta forma, acredita-se que tem mais oportunidades no mercado de trabalho aqueles que buscam na Universidade a legitimação de sua profissão, usando o aprendizado com competência e trabalho constante. O auto-didata no nosso meio, em nossos dias, não é fácil de serencontrado, por isso existe a busca constante dos canais que a escola pode abrir para a aquisição do conhecimento, aperfeiçoamento do talento e enriquecimento cultural.
A escola, por não poder igualar-se ao mercado em termos de tecnologia, raramente se propõe a preparar tecnicamente, de forma completa, o profissional. Muitas vezes, prefere incumbir-se de oferecer uma formação mais generalista e cobrar do mercado um espaço para atender o estudante com programas de estágios mais organizados. Além disso, verifica-se um esforço nas escolas no sentido de trazer o profissional do mercado para a escola, não apenas para ministrar aulas, mas para participar de seminários e palestras, buscando na sua experiência os exemplos práticos.
O curso de Publicidade e Propaganda tem sido um dos mais procurados, nos últimos anos, pelos vestibulandos (61,9 candidatos por vaga no vestibular da Fuvest 96)
A análise de prospecções sobre o curso de Publicidade e Propaganda assim como de dados colhidos das entrevistas realizadas para o trabalho, com profissionais das escolas e das agências, sugere que o profissional do futuro deverá receber, nos cursos de comunicação, uma formação muita mais generalista e as características específicas de cada habilitação ficarão a cargo de cursos complementares, de especialização. Embora não se vê ainda esta mudança nas estruturas das faculdades hoje, e nem para um futuro muito próximo, pode-se já observar uma migração bastante significativa do profissional de uma habilitação para outras no mercado de trabalho. Recente pesquisa desenvolvida no CECOM/UMESP sobre os cursos de comunicação e mercado de trabalho (parte da pesquisa nacional coordenada pelo NUPEM–ECA/USP) mostra-nos esta tendência de migração em relação aos ex-alunos daquela instituição.
A agência antes e depois da informática
As agências de propaganda costumam passar para a sociedade uma imagem de modernidade e dinamismo; parece que as novidades sempre serão encontradas primeiro ali. Pyr Marcondes nos relata que em relação ao uso dos computadores, não foi sempre assim, pelo contrário, houve até muita resistência no início:
Javier Ciuret, Diretor-Superintendente da então mais criativa agência do país, a DPZ, ironizava: "No dia em que os computadores fizerem criação, a DPZ vai ser a primeira a comprá-los".
Computadores viriam sim, apesar de Ciuret, a ser peça fundamental em sua agência. Inclusive e principalmente na sua criação. Assim como na MPM, cujo Diretor de Mídia na época, Reinaldo Wilke, questionava os custos de implantação da informática na agência (justo um homem de mídia), achando-os excessivos.
Talvez até fossem. Mas o fato é que os computadores demoraram a entrar nas agências, em tese um setor de atividade no qual eles deveriam ser encarados como fundamentais.
Como diria Paulo Salles, da Salles/Interamericana, "não utilizar computador é temer o novo".
As agências temeram o novo, até que o novo fosse inevitável.
 * (9) 
Quando a tecnologia dos computadores começou a avançar, principalmente nos negócios, foi inevitável o aparecimento de "futuristas", prevendo os escritórios virtuais e o isolamento dos indivíduos. No mercado publicitário o profissional passou a se imaginar realizando suas tarefas, atendendo seus clientes e trocando idéias com seus colegas de trabalho, confortavelmente instalados em suas casas, depreferência no campo ou na praia — é o virtual levado às últimas conseqüências. Hoje já é possível notar que a agência totalmente virtual não passou de ficção; a informatização é fundamental, porém a "conectividade" através dos computadores leva as pessoas a estarem cada vez mais juntas, sem contar que a publicidade é fruto de trabalho concentrado de muitas pessoas que pensam e agem juntas, pelo menos em grande parte do processo.
No que se refere à atualização tecnológica é a área de produção que mais sofre impactos e vive, conseqüentemente, o eterno dilema entre investir para não ficar com equipamentos obsoletos e acertar nos equipamentos que venham suprir suas necessidades. O impacto tecnológico cria um futuro de incertezas para qualquer diretor ou empresário de produção publicitária: muitas vezes sentem-se obrigados a adquirir máquinas simplesmente porque são mais modernas e nem sempre adequadas às necessidades de seus clientes .
O investimento em tecnologia é um campo minado para os empresários, há mais dúvidas do que certezas sobre as atitudes a serem tomadas:
– A rápida obsolescência tecnológica dos equipamentos;
– a variedade de máquinas e sistemas disponíveis (com um sem fim de configurações possíveis);
– a mensuração exata das necessidades operacionais de cada produtora (e cada caso é um caso);
– a flagrante má-formação técnica da mão-de-obra nacional;
– um pós-venda abandonado ao seu próprio destino, por parte dos fabricantes internacionais (com flagrantes dificuldades de prazos no atendimento e no envio de peças de reposição para o Brasil);
– terceirizar ou não a demanda (alugando toda a parafernália de terceiros, ao invés de ter dentro de casa);
– crescer tecnologicamente a produtora, num mercado que parece se dirigir cada dia mais para o encolhimento das estruturas de produção e para a multiplicação das finish houses (essas sim, superequipadas) etc.
 * (10) 
Os sistemas digitais de pós-produção como Flame e Jaleo, para edição, montagem e efeitos especiais estão ficando mais amigáveis ao usuário/operador. A norte-americana Avid e a japonesa Ikegami juntas desenvolvem um equipamento chamado Media Docker, que substitui a fita pelo disco rígido. Não é difícil imaginar a revolução que o gravador causará no telejornalismo, acabando com os problemas de degradação e incorporando todas as facilidades da tecnologia. O Media Docker comporta dois discos de 12 minutos cada um, enquanto um está gravando, o outro pode ser substituído.
A criação de cenários para comerciais tem sido beneficiada pela informática; estruturas gigantes que demandariam semanas de trabalho e altas verbas são criadas na tela do computador por preços mais acessíveis.
Porém, apesar da construção virtual confundir-se, quase sempre, com a real há resistência de muitos profissionais da área quanto à utilização exclusiva do computador. Ricardo Souza de Oliveira, cenógrafo da TVC, recomenda cuidados quanto ao uso dos cenários eletrônicos para não se perder a naturalidade; o computador é muito eficiente, segundo ele, para correções e retoques.
A tecnologia digital exige profissionais cada vez mais especializados: "As Universidades americanas, européias e japonesas já têm em seus currículos cadeiras de animação digital, moldando a força de trabalho para os próximos anos."
A computação gráfica permite a criação de imagens tão reais quanto fotografias ou tão surrealistas quanto uma obra de Salvador Dali. Tornou-se possível a realização de trabalhos sofisticados em tempo surpreendente, o que as técnicas convencionais exigiriam semanas de trabalho de equipes inteiras.
O computador é ferramenta versátil indispensável atualmente, uma vez que veio substituir as tradicionais, porém, como ferramenta deve ser encarado. Sem dúvida, estimula o desenvolvimento das idéias e oferece recursos para tratamentos destas, mas não substitui o poder de criação — a sensibilidade do artista interfere nos mecanismos, de forma que cada profissional o explora a sua maneira.
As tecnologias aportadas pela informática, definitivamente, revolucionaram a comunicação e a própria agência de publicidade. O computador chegou, ocupou a contabilidade, as finanças, a folha de pagamento; substituiu as máquinas elétricas de escrever. Porém, julgava-se quena criação e/ou produção, estava muito longe de interferir. Enganaram-se: hoje, cria-se sem ele, mas ele ajuda a melhorar, aprimorar as idéias; na produção nada é feito sem ele: uma campanha é criada em tempo mínimo; a interação com cliente é feita on-line; muitas vezes o redator faz o próprio leiaute. Trata-se, principalmente, da rapidez e da amplitude de trabalho: são soluções informativas e soluções gráficas conseguidas ao clique do mouse, sem contar a liberdade para a imaginação — não existem limites para a realidade.
As agências estão se informatizando com uma tendência à automação, isto é, os vários departamentos estão ligados on-line eliminando a função do Tráfego. As áreas de atendimento, criação, produção, mídia, administração e finanças estão sempre caminhando juntas, permitindo agilidade e qualidade no trato com clientes e fornecedores. O sistema informatizado permite o controle total de cada trabalho a ser executado, mudando a dinâmica de todos os profissionais envolvidos, pois, em cada computador da agência se tem acesso ao todo, basta abrir a janela e ver.
A integração on-line tem permitido às agências a conexão de suas redes internas aos veículos, fornecedores e clientes. A área de mídia se liga, por exemplo, à Rede Globo, mandando mapas de reserva de inserção de comerciais, ganhando tempo e garantindo confiabilidade.
As agências de publicidade tendem a se transformar e muitas já se transformaram em agências de comunicação, pois, devem atender seu cliente em todos os aspectos, desde a sua imagem corporativa até a decisão de compra perante a gôndola. O homem de agência deve ser abrangente, um publicitário completo, com visão de negócio: é um novo profissional que além de talento é um negociador, capacitado para dialogar em alto nível com o cliente e estabelecer com ele uma parceria nos negócios.
Uma das mudanças visíveis que a tecnologia impôs às agências é a reestrutura do seu antigo modelo: criação / mídia / atendimento / administração. Esta forma não atende, hoje, às mudanças do trabalho desenvolvido; a preocupação com mudanças, reestruturações e reengenharias passa a fazer parte do vocabulário da maioria das agências de propaganda, reflexo também da mesma preocupação dos clientes em suas empresas.
A atual organização da agência tornou o processo do trabalho mais ágil, rico e diversificado, permitindo a experimentação em diversas árease setores, buscando o conceito de integração. Desta maneira as pessoas passam a ocupar espaços mais coletivos e as salas e mesas individuais tendem a desaparecer, pois, a informática permite que trabalhos individuais sejam desenvolvidos fora da agência, em casa; uma vez reunidos na agência as pessoas pretendem interagir e esta interação não se faz em espaços isolados.
A implantação do sistema on-line torna o trabalho integrado, mesmo ultrapassando os limites físicos. Trata-se da busca de eficiência através da combinação dos recursos disponíveis de tecnologia (inteligência artificial) com recursos humanos (inteligência humana).
Escola e Agência
A busca da complemetação
As agências consultadas mostraram valorizar muito o uso da informática no desempenho do seu trabalho, sobretudo na fase de produção. Enquanto as escolas, muitas vezes procuravam contornar a defasagem tecnológica, buscando na formação humanística os seus objetivos, na agência percebeu-se que não há o que esperar. Certamente são abordagens diferentes e avaliações diferentes: se o aluno não faz bem seu "exercício" pode ser reprovado, porém se o profissional não for eficiente no seu "trabalho" poderá perder o cliente ou até mesmo o emprego. Este sucesso, segundo as agências só é alcançado, hoje, com a utilização eficiente da informática, conforme os dados da McCann-Erickson: "…uma agência que ainda não esteja informatizada, não tem corno concorrer com os recursos de produção que uma agência informatizada dispõe. Informática é sinônimo de velocidade e, quando bem aplicada, de qualidade também."
A importância da informática é ainda ressaltada pela J. W. Thompson, embora tenha enfocado muito mais a produção gráfica: "É fundamental, porque desde o trabalho criativo é possível alterar imagens de referência, direcionando melhor o fotógrafo. Na Produção, o ganho de tempo é enorme, através do processo de separação de cores é possível eliminar o custo de bendays, eliminar seleções de uma mesma imagem com formatos diferentes etc."
Interessante, contudo, é observar que embora o uso da informática seja considerado fundamental para o desenvolvimento do trabalho na agência, reconhece-se, e com muito destaque, a supremacia da criatividade do indivíduo. A Fischer argumenta: "Hoje a informática está presente no dia-a-dia da agência. É considerada auxiliar e nunca fundamental em relação à criação; o profissional de criação deve exercitar o intelecto com mil maneiras, deve ser um consumidor intenso de informações. No ato de criar muitas vezes é bem melhor o lápis e o papel, mostrando seu traço, sua mão. Depois digitaliza-se a imagem e no computador é a hora de tratar a imagem. A informática é uma ferramenta, permite trabalhar mais, experimentar mais, um efeito digital não é um ato criativo seu, a maneira de usá-lo é que é importante."
No que se refere especificamente à produção publicitária, a J. W. Thompson salienta o papel fundamental da informática: "hoje a informática é essencial para o processo produtivo da agência, porque através dela, conseguimos eliminar ‘etapas’. Melhorar a qualidade da apresentação de uma idéia criativa. A Thompson em particular é uma empresa que se preocupa com treinamento de pessoal e nos utilizamos dos cursos disponíveis."
A escola conhece estas exigências do mercado e tem procurado adequar-se, porém parece enfrentar dificuldade maiores em relação à atualização de equipamentos e reciclagem de técnicos, professores e alunos, sem contar com as resistências que costumam aparecer no meio acadêmico em relação à tecnologia. O pensamento que nos foi apresentado pela Fischer, valorizando o perfil criativo, serviria muito bem para fundamentar a postura acadêmica. Os professores que entrevistamos enfatizam a criatividade em todos os setores da atividade publicitária, mas reconhecem que a não informatização significa atraso.
Profissionais das agências e das escolas foram unânUMESP ao caracterizarem o computador como ferramenta, que se torna indispensável quando se trata de agilizar as tarefas e fornecer opções tanto de criação quanto de produção. Alertam, desta forma, para a importância do desenvolvimento do talento, da imaginação e da criatividade, conforme, por exemplo as palavras da McCann-Erickson: "A criatividade e, mais do que isso, a pertinência criativa, vem muito antes da informática. É o cerne de nosso trabalho. Os computadores são uma valiosa ferramenta, mas não substituem ou adicionam "talento" aos profissionais da agência. Como disse, são ferramentas que nos auxiliam em nosso trabalho."
Quanto aos custos operacionais das agências, com o advento da informática, os entrevistados posicionaram-se de formas diferentes; aJ. W. Thompson lembrou da redução do valor da folha de pagamento: "os custos diminuíram sensivelmente, principalmente no tamanho da folha de pagamento, é preciso lembrar que a folha é o fator de maior influência nos custos de uma agência."
Já a Fischer e a McCann-Erickson preferiram estabelecer a relação do custo com os benefícios alcançados. A Fischer teve a seguinte posição: "a informática é, sem dúvidas, algo que veio para ficar, nos tempos atuais é preocupação de qualquer empresa o custo operacional, quando se consegue melhorar e agilizar o padrão dos serviços prestados quase que por certo estaremos melhorando a relação de custos." E a McCann-Erickson relatou: "os custos operacionais aumentaram, pois passamos a suportar 300 equipamentos, impressoras, redes, etc, etc, mas os lucros operacionais compensaram de longe. A produtividade alcançada é sempre bem maior do que os custos."
Administrar os custos com a tecnologia torna-se mais complicado para as escolas, pois, não se produz com o equipamento uma renda para mantê-lo, ou seja, com ou sem infra-estrutura a renda principal da escola particular (e aqui incluímos a confessional) advém da mensalidade do aluno.
Conclusão
Este trabalho, em momento algum, pretendeu ditar normas para as escolas ou para as agências, mas sugerir reflexões, ao explorar um campo que vem ocupando cada vez mais espaço na vida cotidiana em geral e no âmbito da publicidade — a informática. Através de um perfil da escola e da agência no que se refere ao uso da informática, principalmente na produção publicitária, procurou-se salientar a grande preocupação da relação homem/máquina.
Tanto a escola quanto a agência tem-se reestruturado para atender às demandas do mercado e à evolução tecnológica, porém não se pode perder de vista que o papel da escola de educar vai além da informatização e o da agência, para atender a todas as necessidades do cliente, vai além da criação publicitária – tanto é que as agências têm sido denominadas agências de comunicação – e para isso é necessário o encontro de várias inteligências aliadas à inteligência artificial.
A descrição de equipamentos tecnológicos e de informática aqui apresentada, tanto da escola quanto da agência, talvez já esteja defasada quando este trabalho estiver sendo lido, mesmo que se considere que esta preocupação com a obsolescência, muitas vezes, retardou a elaboração deste texto. Há, portanto, que se observar que tal descrição não foi o objetivo central desta dissertação, mas a reflexão sobre a importância do potencial humano aliado à necessidade imperiosa de informatização.
No que se refere à educação em geral e o uso do computador verificamos que em um país onde a merenda ainda é o ponto fundamental para a redução do índice de evasão escolar, falar em tecnologia, computador e Internet soa como utopia. Pesquisas, principalmente norte-americanas, já comprovaram o eficiente uso do computador como motivador do aprendizado e a interação das novas mídias capaz de recuperar alunos que estavam à margem da evasão ou da repetência. O Brasil tem buscado aplausos por enviar material didático convencional às escolas antes que o período letivo de 1998 se inicie. Sem dúvidas, é uma iniciativa bastante louvável no sentido de atender às necessidades mais imediatas, porém, se o ensino brasileiro se limitar ao lanche e ao livro didático estaremos fadados a não utilizarmos o potencial do computador como não utilizamos o rádio ou a televisão.
O que se observou é que a escola não tem procurado equiparar-se com a agência em termos de tecnologia, uma vez que se reconhece que esta tem condições e necessidades de atualizar-se de forma muito mais dinâmica do que aquela; a escola procura, portanto, não equiparar-se mas equipar-se para, de certa forma, diminuir a defasagem entre estes setores. Por outro lado, há que se observar que o mercado publicitário não é estritamente tecnicista, nem tudo se faz a partir da máquina, pelo contrário, reconhece-se que é necessária uma cultura ampla e profunda para a atuação eficaz. Acrescenta-se a isto o fato de ser um mercado bastante restrito, se se considerar o número de novos profissionais colocados na sociedade ano após ano. Evidentemente grande parte deste contigente encaminha-se para outras áreas da comunicação e muitas vezes desvia-se totalmente, passando a exercer outras funções. É neste momento que a formação generalista e humanista faz-se necessária.
Tanto a escola quanto a agência têm sentido, cada vez mais, a necessidade de utilizar a informática, sobretudo na produção publicitária. O que diferencia é o fato de estarem voltadas para objetivos diferentes: ensino / trabalho. Por mais profissional que a escola pretenda ser, visando formar o seu aluno para o mercado, existe sempre uma preocupação mais ampla com a formação generalista — devemos nos lembrar que nem sempre o aluno vincula-se ao mercado de trabalho. Em contrapartida, o trabalho profissional realizado na agência não permite desculpas ou postergações, ou realiza-se hoje, de forma eficiente, ou alguém o fará.
Pôde-se verificar que grande parte dos ex-alunos dos cursos de publicidade passam a atuar na área, em diferentes setores, desde a criação que é a grande vedete que atrai o vestibulando até áreas mais técnicas e específicas como mídia, planejamento ou produção, conforme as características do curso que a escola ofereceu e as oportunidades de estágio que conseguiu durante o curso.
Atualmente tem sido referência para a verificação do número de egressos de cada faculdade vinculado ao mercado de trabalho a pesquisa nacional sobre os cursos de comunicação e o mercado, coordenada pela Profª Drª Maria Imacolata de Vassalo Lopes. A UMESP e a ECA/USP citaram tal pesquisa , e a ESPM, talvez por suas características mais técnicas, sequer participou desta amostra nacional.
Quanto à necessidade de experiência no mercado de trabalho do professor de produção publicitária, é sempre reconhecida principalmente por atuar diretamente com tecnologia, porém raramente se questiona a relação professor–aluno que este profissional estabelece na escola. Esta relação exige, além do conhecimento das técnicas e das inovações e exigências do mercado, um perfil característico do profissional da educação: — no contato com o aluno é necessário desenvolver a sensibilidade, o senso crítico, a reflexão e, acima de tudo, uma postura ética para exercício profissional e o relacionamento social em geral. O grande desafio que a escola enfrenta é estabelecer o equilíbrio entre teoria e prática, principalmente neste curso — há o professor–profissional e o profissional–professor e, muitas vezes, em vez de assimilação de características pela troca de experiências o que se encontra é rivalidade e exclusão. Cabe à escola lidar com as diferenças e procurar adequá-las ao seu projeto pedagógico.
A informática é vista como instrumental de trabalho pelos professores. Cremos que realmente não seria diferente, uma vez que desenvolvendo atividades ligadas ao ensino, por mais técnica que seja a disciplina, o professor deve ter alguma característica de educador. Se se considera a ferramenta como um fim em si mesma, anula-se a importância do professor como responsável pela formação do cidadão, maisdo que pela informação, pois esta encontra-se disponível a um clique do mouse.
À informática tem sido atribuída importância maior ou menor, conforme as características do profissional e sua visão de mundo. No que se refere à atuação do professor de produção publicitária verificou-se que a informática passou a determinar uma nova relação com o aluno, uma nova metodologia para ensinar e produzir os exercícios publicitários da escola, porém nenhum profissional entrevistado deixou de enfatizar a supremacia do talento e do toque individual, que diferencia a produção criativa da produção pasteurizada, pelo uso indiscriminado da máquina e de suas determinações.
Aspecto interessante que se notou no perfil das agências foi a valorização da capacidade criativa individual, sem a qual nenhuma máquina pode realizar qualquer tarefa. Portanto, se o papel do computador é agilizar o processo de criação/produção, é necessário haver uma idéia criativa, um traço personalizado, caso contrário o computador simplesmente traduzirá, com agilidade, o fracasso.
A informatização da sociedade, no Brasil, tem sido crescente, desde a década de 80, e tem a cada ano acelerado o seu ritmo. Nas agências a informática entrou em grande escala principalmente no início da década de 90 e de lá para cá a constante luta tem sido para manter-se atualizado com as inovações tecnológicas. Nas escolas de publicidade, há muito se tem sentido a necessidade de introduzir os computadores em todos os setores; especificamente na área de produção, passou a ser gritante a lacuna criada entre a maneira de produzir ensinada e "ensaiada" e a maneira de produzir no mercado publicitário.
A preocupação em informatizar-se justifica-se, portanto, primeiro porque a estrutura escolar está inserida em um contexto social mais amplo, em que o computador tem sido ferramenta imprescindível; depois porque a escola tem recebido os profissionais do mercado que trazem suas experiências quando ministram cursos, disciplinas ou palestras nas instituições e ainda porque é um dos papéis da escola formar o profissional com o perfil exigido pela sociedade.
Pesquisamos escolas de perfis diferenciados (particular, pública e confessional), embora este não tenha sido o critério adotado para a seleção, e pudemos verificar que diferenciam-se também quanto as condições para realizar o processo de informatização a fim de procurar reduzir ao máximo aquela lacuna provocada pelo atraso tecnológico. As informações recebidas dos entrevistados levam-nos a concluir que o poder econômico é que tem determinado o nível de dificuldade de acesso à informatização, embora muitos acreditam que estamos vivendo uma nova era e que a tecnologia será responsável por diminuir as diferenças entre as classes.
A análise da infra-estrutura de informática das agências possibilitou-nos avaliar que operam equipamentos de última geração, uma das razões pelas quais têm despontado no ranking das melhores agências nacionais. As escolas consultadas apresentam, hoje, uma infra-estrutura semelhante, exceto a ECA/USP, que segundo informações ainda necessita de investimentos para informatizar-se adequadamente para o desenvolvimento das atividades publicitárias do curso.
Porém, a atualização tecnológica, a informatização da escola, via de regra não se dá de forma tão dinâmica quanto acontece em outros setores da sociedade. Exceto a ESPM que, segundo dados colhidos pela entrevista, tem uma preocupação constante de equiparar-se tecnologicamente, com o mercado, as outras enfrentam dificuldades e não podem atualizar-se de maneira tão constante quanto seria necessário se o objetivo fosse oferecer ao aluno a mesma estrutura tecnológica que deverá encontrar no mercado.
Somos levados a avaliar, a partir deste paralelo que procuramos traçar que devem haver critérios diferentes que avaliam a qualidade da agência e da escola, ou seja, ele não se resume à informática, caso contrário a ECA/USP não ocuparia posição de destaque entre as escolas.
A escola reconhece que para ensinar conceitos e formas, mesmo no que se refere à produção publicitária, não é necessário operar equipamentos "ponta de linha", de última geração. Mesmo o prof. Michael Ruman (ECA/USP), que se mostrou o mais crítico em relação à falta de equipamento daquela Instituição, salientou que o critério que determina o uso, por exemplo, de uma ilha de edição em VHS ou de Avid é o mesmo, embora enfatiza que pelo menos o mínimo é necessário fornecer. Devemos ressaltar que a preocupação com a informática, com a tecnologia, não é modismo ou status para a instituição, porém se a escola voltar-se exclusivamente para este propósito ela deixará de cumprir o seu papel primordial de "educar" e passará a enfrentar uma concorrência injusta dos cursos técnicos de nível médio, que dão ao indivíduo uma formação tecnicista eficiente em tempo bem menor.
A implantação de uma infra-estrutura de informática nas agências, via de regra, significa investimento e maior renda, pois, torna-se possível realizar trabalhos mais eficientes e conseqüentemente aumentar o retorno, sem contar que muitas vezes diminui-se a folha de pagamento.
Nas escolas o quadro é diferente: é necessário informatizar-se para exercer adequadamente a função a que se propôs — formar o profissional. A infra-estrutura de informática não desencadeará um rendimento maior, pois, com raras exceções, a produção do aluno não é comercializada, portanto não tem retorno financeiro; pelo contrário, deverá acarretar despesas de manutenção e de atualização.
A rápida obsolescência dos equipamentos, principalmente nas escolas, é sentida cada vez mais; não se tem maneiras de evitar tal processo, uma vez que a tecnologia é campo em freqüente expansão e a cada dia mais acelerada. As escolas têm buscado opções através da atualização de determinados equipamentos para fins muito específicos e do reaproveitamento do equipamento antigo para usos mais gerais na instituição. Outra forma que a escola tem buscado no sentido de propiciar ao aluno o conhecimento, ainda que superficial, do equipamento moderno tem sido as visitas às agências e às produtoras e principalmente os estágios.
A cada novidade em termos de informática ou de tecnologia em geral que a escola implanta, uma nova necessidade ela passa a administrar — a atualização ou reciclagem tanto do pessoal técnico quanto dos corpos docente e discente. Vimos que esta preocupação tem sido constante nas escolas consultadas, independentemente do número ou do valor dos equipamentos que estão à disposição. O caso da ECA/USP é sui–generis; os dados das entrevistas nos mostraram que, especificamente para o curso de Publicidade e Propaganda, o investimento é praticamente nulo, porém trata-se de uma instituição de grande porte e diferentes trabalhos são desenvolvidos nos departamentos.
No que se refere à questão da melhoria de qualidade do trabalho desenvolvido antes e depois da informática, escola e agência assumem a mesma posição: há avanços na qualidade, principalmente determinados pela finalização mais perfeita, porém o grande diferencial tem sido o fator tempo — a informática agiliza o processo, sobretudo da produção publicitária, — é possível produzir mais, com qualidade, em tempo bem menor. Porém, é necessário estar alerta para o perigo da pasteurização: nem sempre o que é mais rápido e mais prático, pronto no computador, é o mais criativo. Quem utiliza primeiro determinadatécnica surpreende e recebe os méritos; os demais precisam refletir sobre o uso do mesmo recurso para, com o seu toque e sensibilidade consiga fazer um uso criativo, caso contrário acaba caindo na mesmice e a informática, ao mesmo tempo que o faz ganhar agilidade, leva-o a perder em criatividade; o computador passa a ser um fim e não um meio, uma ferramenta. Concluindo, a mão do produtor ainda é a responsável pelo diferencial do trabalho.
A informática no trabalho da agência tem-se tornado tão imprescindível que passou a fazer parte "obrigatória" do currículo do profissional que se propõe a atuar na área. A escola, embora reconheça suas dificuldades para formar o aluno totalmente competente neste setor, tem procurado organizar sua estrutura para, no mínimo, aproximar-se daquele perfil traçado pelo mercado.
Faz parte da prática pedagógica nos cursos de Publicidade e Propaganda a simulação de trabalhos e a organização de equipes, através da troca de experiências e conhecimentos, administrando problemas, procurando soluções e treinando lideranças. Este tipo de "exercício" é desenvolvido na escola em diferentes atividades, até de disciplinas de conteúdos estritamente teóricos; porém o que se aproxima muito da prática profissional é a atividade nas agências experimentais, pois, o cliente é real e a responsabilidade torna-se concreta. Desta maneira a escola procura aproximar-se da agência, ainda que não seja no mesmo nível de informatização, mas nas características globais de sua atividade.
As agências de publicidade têm acompanhado a tendência do mercado nacional em geral no que se refere à terceirização de serviços. Por maior que seja a infra-estrutura tecnológica torna-se, muitas vezes, mais ágil e menos dispendioso confiar algumas etapas a outras empresas especializadas, embora o acompanhamento do trabalho pela agência deva ser constante. Neste sentido as redes, intranets, nas quais as agências se inserem desempenham um papel fundamental. Embora nas escolas a terceirização não esteja prevista, pudemos observar que extra–oficialmente ela passa a existir quando o aluno busca fora da instituição a realização do seu trabalho, quando sua infra-estrutura não foi suficiente para atendê-lo.
O mercado publicitário tem buscado um profissional completo, capaz de administrar soluções para todos os problemas apresentados pelo cliente. Talento é fundamental, mas não é tudo; exige-se que oprofissional seja informado, possua uma cultura geral e ainda domine a técnica necessária. Neste sentido a escola tem-se reestruturado para atender às expectativas de seu alunado, para aproximar-se das exigências do mercado e, principalmente, para cumprir o seu papel no que se refere à formação básica e ao desenvolvimento da consciência crítico-reflexiva.
Quando se fala em uma formação holística do profissional, refere-se não apenas à formação generalista, de cultura geral que o indivíduo adquire dentro e fora da escola, mas também holística no próprio sentido da comunicação. A relação com a nova mídia, representada hoje pela Internet, mostra realmente a fusão das mídias convencionais, embora como tais continuam existindo, com papéis e públicos diferenciados. Esta fusão é mais observável quando por exemplo, se lê jornal ou revista no computador, ou assiste-se TV e ou ouve-se rádio no mesmo aparelho.
Pudemos observar, embora não fizesse parte substancial deste estudo discutir a possível fusão entre as habilitações do curso de comunicação, que há uma abordagem neste sentido, tanto dos profissionais entrevistados (nas escolas e nas agências) quanto nos artigos consultados (que em geral também são redigidos por profissionais da comunicação). Ressaltamos, contudo, que se trata de uma corrente que defende a formação geral em Comunicação, pois, a ESPM, por exemplo, representa a outra postura, para a qual a especialização é a meta.
Questões como esta e outras aqui abordadas que se referem à inovação tecnológica; à tentativa de atualização e à luta contra a obsolescência; o papel da escola e sua informatização; o futuro da publicidade, do publicitário e da escola de publicidade podem levar a diferentes aprofundamentos, dependendo do recorte que se estabelece. Acreditamos que este estudo cumpriu seus objetivos e suscitou reflexões sobre o tema abordado e deixa para outras iniciativas, talvez não tão modestas quanto esta, a tarefa de tratar outros enfoques do assunto.